Antes de começar, tenho que explicar umas coisas que são necessárias pra que vocês entendam o contexto da história. Os fatos que eu vou contar são REAIS e fazem parte da MINHA vida e eu gostaria de compartilhar com vocês. Por razões óbivias, o tópico está trancado para evitar comentários desnecessários, se quiser mandar seu comentário envie MP. Sem mais espera, vamos logo ao início de tudo:
Meu pai é canadense e minha mãe brasileira, eles se conheceram numa viajem ao Canadá e se casaram por lá. Eu nasci e dois anos depois meu irmão Honey. Minha mãe se separou do meu pai ¬¬. Não sei falar nem inglês nem tampouco francês.
30/07/2000: Nesta data eu tinha sete anos de idade e meu irmão cinco. Eu, minha mãe e meu irmão, viemos morar no Bairro Ouro Preto - fica em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais -. Quando nos mudamos, minha mãe ja tinha uma amiga de alguns anos que morava por lá. A amiga da minha mãe tinha uma filha de 6 anos que se chamava Júlia.
Entre 2000 e 2006: Meus pais nunca foram muito compreensivos e por esse motivo eu, meu irmão e Júlia sempre fomos muito amigos e crescemos juntos. A medida que o tempo passava, aprendíamos coisas novas e nos divertíamos muito.
07/09/2007: Eu já tinha 15 anos quando comecei a namorar com a Júlia. Honey entrou para a escola de Aeronáutica e nos visitava de 6 em 6 meses. Eu fazia cursos de programação e Júlia aulas de desenho.
Se você já leu essa história até aqui, eu recomendo que pare de ler pois a história não é como você imagina.
02/09/2008: Fazia seis dias que eu havia completado meus 16 anos. Eu acabava de chegar da aula. Eram 6:00h da tarde e uma nuvem preta estava sobre a minha casa. Minha mãe estava preocupada e o pai de Júlia estava me esperando na porta. Quando eu perguntei o que houve, ele logo disse que Júlia estava no hospital com sua mãe e se ofereceu pra me levar até lá. No caminho ele contava o que havia ocorrido. - Um motorista de uma caminhonete estava embriagado e atropelou Júlia enquanto ela vinha pra casa. No hospital os medicos diziam que ela estava perto da morte.
"Querida, não morra agora Não diga que é o fim da estrada Lembre-se das flores que enviei Eu preciso de você querida Para colocar o picador de papéis Na frente do Honey não morra agora!
Como você pode partir? Quando você souber o quanto eu preciso de Você Para quebrar os ossos numa noite de sábado não morra agora Como pode você me tratar desta maneira? Indo embora"
Júlia morreu. Eu e Honey fomos morar com meu pai no Canadá e fiquei por lá 3 meses.
"De onde eu vim, não havia colina alguma A superfície era plana, a estrada reta e vasta Meu irmão e eu caminhávamos por horas Como se tivéssemos anos e não dias Nossos rostos eram tão pálidos quanto a neve suja
Eu já soube que havia um amor divino Mas chegou um momento em que pensei ter sido esquecido Quem pode perdoar o perdão, onde o perdão não existe? Apenas os cordeiros são brancos como a neve
E a água era a gelada Enquanto escorria sobre mim E a lua brilhava acima de mim
Agora este chão seco não produz fruta nenhuma Apenas as papoulas riem sob a lua crescente A estrada recusa estranhos A terra, as sementes que plantamos Onde acharemos os cordeiros brancos como a neve?
Quando meninos com Júlia, caçávamos na floresta Para dormir à noite, atirando nas estrelas Agora os lobos são cada estranho que passa Todos os rostos que não conhecemos Se pelo menos um coração pudesse ser branco como a neve."
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